Rio+20
Fonte: Revista Veja 10/03/2012Rio+20 põe o Brasil no centro do debate mundial sobre desenvolvimento sustentável
Conferência que começa em 13 de junho decidirá, entre outros temas, o formato e o papel central de uma entidade global dedicada ao meio ambiente
Márcia Régis, do Rio de Janeiro
"O
verdadeiro debate é como tirar gente da pobreza em países em
desenvolvimento e assegurar vida de classe media para muitos indivíduos
emergentes, que querem consumir. Isso importa bem mais que assegurar
recursos naturais para país rico, motivo básico que levou os europeus a
defenderem a criação de uma organização mundial do meio ambiente", diz o
embaixador André Aranha Correa do Lago, negociador-chefe do Brasil na
Rio+20.
As expectativas para Conferência das Nações Unidas para
o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, são imensas. Mas vêm seguidas
de frustrações com as duas décadas em que houve menos avanços na área
ambiental do que pretendiam os organizadores da Eco-92. É certo que hoje
o mundo encara de forma diferente as questões ambientais, e a mudança
se reflete em novos hábitos. Há carros elétricos sendo produzidos,
sacolas plásticas são banidas dos supermercados e as crianças absorvem,
desde muito cedo, ao menos fragmentos do discurso "verde". Mas
cientistas e autoridades no centro das discussões da Rio+20 alertam que
mudanças muito mais profundas serão necessárias se o homem pretende, de
fato, manter o planeta habitável para gerações futuras.
O governo brasileiro vai patrocinar um evento de quatro
dias no Riocentro, com transmissão ao vivo via Internet, para debater os
temas que considera prioritários nesta seara: segurança alimentar e
agricultura sustentável, energia sustentável para todos, economia do
desenvolvimento sustentável, redução do risco de desastres naturais,
cidades sustentáveis, acesso eficiente a água, oceanos, empregos verdes,
trabalho decente e inclusão social.
A Rio+20 certamente não alcançará o brilho de sua
antecessora, a Eco-92, considerada um marco histórico por colocar a
mudança do clima e a defesa da biodiversidade na agenda política global.
Mas certamente terá mais impacto que a intermediária Cúpula Mundial
pelo Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2002 na cidade de
Johanesburgo. Esta, basicamente, reviu os acordos de 1992 e recomendou
um plano de implementação cujo mérito foi fortalecer as parcerias
publico-privadas e, com isso, reforçar indiretamente o movimento pela
responsabilidade social das empresas.
Não adianta o discurso ser bem elaborado, para convencer os participantes do evento e os espectadores, é preciso que ações sejam tomadas, pois nossas crianças aprendem na escola, que é preciso economizar água, não poluir os rios, separar o lixo, entre tantas outras medidas para salvar o planeta, enquando medidas efetivas não saem do papel. Teremos mais sucesso com a educação, se tivermos bons exemplos. É preciso que os chefes de estado estejam presentes e se conscientizem que o planeta está no seu limite, estabeleçam compromissos claros e direcionem seus esforços para cumprir metas estabelecidas.
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